Relatório
A perspectiva modernizadora constitui a primeira expressão do processo de renovação do Serviço Social no Brasil. É afirmada nos resultados do primeiro “Seminário de Teorização do Serviço Social”, promovido pelo CBCISS (Centro Brasileiro de Cooperação e Intercambio de Serviços Sociais), na estância hidromineral de Araxá (MG), entre 19 e 26 de março de 1967, e se desdobra nos trabalhos do segundo evento daquela série, também patrocinado pelo CBCISS e efetivado entre 10 e 17 janeiro de 1970, em Teresópolis (RJ). A realização do Seminário de Teorização do Serviço Social é ao mesmo tempo a presença do desenvolvimentismo e o início de uma nova fase: da reconceituação que se fez necessária, para que pudesse adequar o Serviço Social enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a serem operacionalizados no marco das estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências postas pelos processos sociopolíticos emergentes no pós 64. É o vetor de renovação que mais fundamente influenciou/influencia a massa da categoria profissional.
Essa perspectiva é aceita como dado inquestionável a ordem sócio-política instaurada pela ditadura e busca dotar a profissão de referências e instrumentos capazes de responder às demandas que se apresentam nesse momento. A congruência com a ditadura traz para o Assistente Social a abertura de espaços sócios profissionais nas instituições e organizações estatais e para estatais submetidas à racionalidade burocrática das reformas produzidas pelo Estado ditatorial.
A perspectiva modernizadora não se limita nas concepções e proposições dos dois documentos. Antes ela encontra impostações em inúmeros trabalhos de profissionais e docentes. Individualmente merece destaque Lucena Dantas, estudioso referenciado como intelectual de ponta nesta tendência, José Paulo Netto indica Lucena como o ideólogo que mais