Relatório O Renascimento Italiano – Cultura e sociedade na Itália Peter Burke
Peter Burke
Visões de Mundo: Alguns Traços Dominantes
Introdução
O relatório a seguir se refere ao capítulo 8 da obra “O Renascimento Italiano – Cultura e sociedade na Itália”, do historiador inglês, Peter Burke, doutor pela Universidade de Oxford e atual professor da Universidade de Cambridge. Nele, o autor está preocupado em contemplar visões de mundo que correspondessem não só as elites, mas também a participação das massas. Para isso, lê as entrelinhas e dá a própria interpretação a acontecimentos, já que não há acesso explícito à opinião do povo.
Visões do Cosmos
O tempo e o espaço, na época Renascentista passaram a ser vistos como passíveis de mediação precisa com a invenção de relógios mecânicos e da perspectiva pictórica. A pintura, por exemplo, é melhor localizada em um espaço e tempo do que na época medieval.
Entretanto, Burke explicita que uma visão tradicional do cosmos ainda permanecia, baseada na dicotomia céu e terra. Sete esferas, ou céus, giravam em torno de um planeta: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Tudo, dentre doenças, dons e o que o futuro traria era explicado através dos planetas. Artistas também se influenciavam por esta ideia e consultavam astrologia antes de fazerem suas obras.
Em relação a Igreja, é colocado que esta convivia e conversava com a astrologia, mas que Deus estava a cima de qualquer um dos planetas. Este Deus também já possuía duas faces, uma doce e humana e outra criadora, com quem se devia prestar contas.
O mundo terreno em que o homem vivia era composto pelos elementos terra, água, ar e fogo. Também haviam quatro tipos de existência – humana, animal, vegetal e mineral – que formavam, nessa ordem, uma hierarquia. As figuras sobrenaturais, como demônios, eram vistas como parte desse universo e não como personagens imaginários.
A alquimia, a magia e a bruxaria também influenciavam a sociedade pois a maioria acreditava que com