RELATÓRIO FINAL
A observação participante na sala de aula corrobora com a tese de que o ambiente escolar é mais utilizado como espaço socializante do que como espaço de aprendizagem, e este espaço de aprendizagem, quando acontece, vai alem do currículo escolar transmitido pelos docentes, abrangendo um pouco da realidade de todo o coletivo estudado. Para se chegar a essa conclusão, de utilizou bem mais a observação do que de fato a entrevista, que, nas palavras de Evans-Pritchard, em determinados casos tem efeito nulo na compreensão da realidade. Se procurou o afastamento da condição de professor, ou de estagiário (visto que era assim que os estudantes pareciam me conceber, apesar de eu não ser nem o professor nem o estagiário). Nisto, a observação partiu dos lugares de traz da sala de aula, onde facilmente se ouve as conversas paralelas durante a aula, que revelam muito do que se procura e com certeza não se conseguiria em uma entrevista formal. No implícito das conversas paralelas é onde se manifesta com clareza o diminuto prazer ou interesse pelo currículo, em detrimento do prazer em contar e fazer piadas com os colegas, contar a estes causos da vida cotidiana, etc, o que demonstra o fim absolutamente descartável de certas disciplinas, a se partir do interesse demonstrado pelo estudante. Evans-Pritchard, ao comentar sobre observação participante em Antropologia, coloca que “Na medida do possível, o pesquisador deve viver a vida do povo que está estudando”. Apesar de Envans-Pritchard reconhecer que até a entidade que é observada produz certo falseamento da realidade perante às ruas, entendemos que foi de sucesso nossa observação participante no sentido de embasar uma tese de uma realidade diferente da oficial nas Escolas públicas.
Desconsiderou-se, praticamente, o diferencial da escola lugar da pesquisa adotar o PROEMI, Programa Curricular diferenciado caracterizado pelo ensino em turno integral, isso porque já é tida como concreta a ideia de que