Relatório do filme Amistad
Próximo à costa cubana, Cinqué consegue se libertar das correntes e com a ajuda de outros africanos, ocupam todo o navio e matam a tripulação, deixando apenas dois espanhóis vivos, para que estes os levassem de volta para África. Os espanhóis temendo por suas vidas quando chegassem em terras africanas, mudaram a rota e direcionaram La Amistad para os Estados Unidos da América, onde novamente os negros foram aprisionados e tornaram-se também réus em um dos julgamentos mais comoventes sobre a questão da escravidão.
Sem conseguirem se comunicar com os africanos, os americanos iniciariam o julgamento embasando-se na morte da tripulação do navio. Porém, a prisão dos negros tornou-se um problema de grandes proporções, envolvendo o tratado dos oceanos entre Estados Unidos e Espanha (1795), onde a coroa espanhola alegava direito de propriedade sobre os escravos, a marinha americana querendo compensar ‘prejuízos’ de combate para justificar a posse do navio e todo seu carregamento, e os dois espanhóis sobreviventes, tentando tirar vantagem da situação, também entraram na luta pela ‘mercadoria’ do navio. Todos alegavam direitos sobre os escravos, além dos muitos movimentos abolicionistas e de direitos humanos que já haviam se formado no país, e que clamavam pela liberdade dos prisioneiros e a reintegração às suas terras de origem. Mas como é possível defender pessoas com as quais não existe um canal de comunicação?
Assim o fez o advogado Roger Baldwin, que apresentou o inventário da carga do navio que provava a origem dos prisioneiros como sendo de Serra Leoa, e adquiridos através do tráfico de escravos. Foi um passo importante mas não garantia liberdade aos prisioneiros, pois uma questão política insurgia e o receio de uma Guerra Civil estimulada pelo desenrolar do julgamento, fez com que o Poder Executivo designasse um novo juiz para dificultar a