Relatório de observação em espaços escolares
A minha observação da EJA foi realizada em uma escola particular de Porto Alegre. A turma observada era constituída de alunos do 1º, 2º, 3º e 4º ano, as classes normalmente eram organizadas em grupos, de acordo com as séries, entretanto, no 1º dia de observação os alunos estavam sentados livremente, pois houve uma palestra sobre nutrição, com a filha nutricionista de uma das alunas. A idade dos alunos variava de 17 até 65 anos. Durante minha observação percebi que a fase da vida em que os alunos se encontram não foi respeitada, a linguagem da professora para com os alunos, a decoração da sala de aula e os materiais disponíveis não eram correspondentes com a fase adulta. A professora falou diversas vezes para os alunos “se comportarem” e “ficarem bem quietinhos” ou então ficariam sem “recreio”, ela também tinha costume de falar tudo no diminutivo (letrinha, palavrinha, etc.), acredito que isso se deva ao fato de ser o primeiro ano em que a professora dá aula para alunos de EJA e não possuir nenhuma especialização nesta área, antes disso ela trabalhou durante 12 anos com educação infantil. A sala de aula era decorada com desenhos que remetem à infância, como os personagens da Turma da Mônica, porém acredito que isso se deva ao fato de outras turmas também utilizarem a sala de aula, afinal havia um tapete para realização de roda. Havia também alguns cartazes com conteúdos como o tempo verbal, o ciclo da água e os números de 0 a 99, porém estes continham a letra muito pequena e eu tive dificuldades de conseguir decifrar o que estava escrito, o que me levou a imaginar como os alunos conseguiriam decifrar o que estava escrito, levando em conta que nem todos já sabiam ler e escrever de forma “fluente” e a idade já avançada de boa parte deles, em que normalmente a visão está prejudicada, se nem eu que estou na faculdade e tenho apenas 18 anos estava obtendo êxito nisso. O material a que me refiro diz respeito, não só aos