A exposição do Artepará 2014 mostrou-se uma janela de inspirações, com discursos muito fortes na área social. Desde os primeiros materiais de exposição até o último, de todas as salas e estandes, as obras transbordavam criatividade e seriedade. Notara-se que em sua maioria havia um grito de crítica e acusação à aspectos da sociedade e da vida no cotidiano, traços que chamam a atenção para a seriedade desta edição. A visita foi feita no edifício do Mep, onde encontra-se o maior número de obras reunidas num só local. No primeiro momento, logo na entrada, o Artepará dá as boas vindas aos visitantes com uma descontraída exposição a cerca da intimidade de cada um. A obra que está no Hall de entrada chama-se “Íntimo Grão” e propõe uma reflexão sobre valores que circundam a privacidade e a vida pessoal de cada um depois do advento das redes sociais e da internet. Primeiro sinal do que haveria por vir. Virando à esquerda, seguindo um percurso no sentido horário, damos de cara com uma série de telas pintadas à sangue. Todas contendo poderoso material de reflexão que transportam a consciência do observador através das gotas dolorosas espirradas contra a superfície dos quadros como se estivesse próxima de um ferimento grave. Compartilhando a sala com as telas, uma série de fotografias feitas através de alta aproximação, uma forma de expor ao observador que as coisas tomam dimensões e aparências diferentes quando olhadas por perspectivas novas. A sala seguinte é tão chocante quanto a anterior. As grandes fotografias na parede expõe uma áfrica de contrastes e novos olhares. Cada banner exibia duas fotos, dois grandes contrastes. Dividindo a sala com estas fotos, o primeiro trabalho da artista paraense Luciana Magno no salão de 2014. A obra intitulada como Pedra de Sol foi feita na parnaíba, e nela a artista propõe unir-se com a natureza, se tornar uma. Ela deitou-se na pedra com o corpo despido e fez de sí parte do cenário. Daquele recorte da natureza, apenas o que se