Relatorio tec.mecabico

3. HISTÓRICO DA CIA. VALE DO RIO DOCE

3.1. Da busca do ouro colonial à têmpera do ferro e do aço.

Durante séculos, bandeirantes e aventureiros subiram o rio Doce, em busca do ouro e das pedras preciosas, escondidos nas longínquas terras das Minas Gerais.

Com a primeira Constituição Republicana, de 1891, foram completamente alteradas as regras para exploração mineral no País. Pela nova carta, os proprietários das terras onde fossem encontradas reservas minerais seriam, também, os proprietários destas jazidas.

Além disso, a lei permitia que estas reservas fossem exploradas por empresas estrangeiras.

A civilização industrial colocava em cena, novas descobertas da ciência. Com isto, um mineral - até então pouco valorizado - assumia ares de nobreza: o ferro. Através de técnicas recém - inventadas, adquiria a têmpera do aço.

Geólogos e engenheiros mapeavam agora o subsolo brasileiro em busca também do ferro. Eles descobriram que, sob o chão de Minas Gerais, dormiam três bilhões de toneladas de minério de ferro, num "quadrilátero" formado pelas cidades de Conselheiro Lafayette, Mariana, Sabará e Itabira.

Estas informações fizeram com que grandes mineradoras da Inglaterra. Estados Unidos, Bélgica e França voltassem a atenção para o Brasil, comprando, a preços irrisórios, boa parte das jazidas conhecidas no País.

As minas de Itabira foram adquiridas pela Itabira Iron Ore Company, fundada por engenheiros ingleses. A empresa assumiu ainda o controle acionário da Estrada de Ferro Vitória a Minas - EFVM, uma incipiente ferrovia que, desde 1903, escoava a produção agrícola do vale do rio Doce.

Em 1919, a Itabira Iron foi comprada pelo empresário norte-americano Percival Farquhar, que pretendia conseguir o monopólio da produção e exportação do minério de ferro da região.

Com a revolução de 1930, Getúlio Vargas colocou em prática um discurso que previa a nacionalização das reservas minerais do país. A luta entre "nacionalistas" e "entreguistas"