relatorio de estagio

O projeto nasceu da existência de duas demandas que se complementavam:
(A) Estimular a capacidade dos alunos interpretarem e darem sentido às vivências culturais e sociais de sua comunidade, como forma de resistência e fortalecimento dos valores locais, tendo em vista o processo de enfraquecimento e subvalorização da cultura produzida em sua comunidade.
(B) Necessidade de incluir o aluno G.S. (autista), tendo em vista a tendência do mesmo bater, morder e agredir os colegas de sala como meio de indução de estímulos sensoriais para compreender o mundo. Essa situação culminou em rejeição e conflito entre os pais dos alunos.
O projeto oportuniza o desenvolvimento de G.S; aluno autista e com frágil desenvolvimento da linguagem formal, tendo em vista que o mesmo possui dificuldade de construir relações produtivas com seus pares de trabalho. A partir da observação do aluno G. S. com seu grupo e nos diversos espaços da escola, assim como atendendo aos apelos da professora da sala regular, durante as reuniões de planejamento, percebi que era necessária uma abordagem transversal e interdisciplinar que oportunizasse ao grupo como um todo, a construção de uma nova identidade relacional. A decisão de investir na música como o elemento estruturante de todo trabalho deu-se na observação do aluno nos atendimentos do AEE, pois a criança focava sua atenção e abria canais de comunicação quando trabalhávamos com o auxílio da música. O projeto, portanto, possibilita o desenvolvimento da comunicação espontânea e do compartilhamento produtivo do aluno G.S. com seus pares.
A partir dessas reflexões, propus à professora da sala regular que realizássemos círculos de cultura com os alunos, objetivando saber quais as impressões dos mesmos quanto às especificidades do aluno G.S. Sondando atentamente as crianças, iniciamos um trabalho de reconhecimento das falas fundantes de construções culturais de identidades, diferenças e consequentemente, de produção dos preconceitos, falas estas que