Relato de Caso : Depressão na adolescência
Adolescência é frequentemente descrita como um período de sofrimento e de dificuldades para o próprio adolescente e para as pessoas de seu convívio (Arnett, 1999). É nesse período que se desenvolvem concepções mais consistentes a respeito de si e dos outros, além de habilidades para formar e manter relacionamentos significativos (Kristensen et al.,2004). O adolescente é muito vunerável a problemas, e há diversos fatores que facilitam isso, como: problemas do dia-a-dia, condições financeiras crônicas, violência familiar, estresse, mudança no estilo de vida, e principalmente a morte de um dos pais, ou de ambos, causando um desequilíbrio emocional e gerando sensação de desamparo. Essa condição pode favorecer o desenvolvimento de problemas psicológicos, tais como estresse e depressão, em indivíduos com vulnerabilidade biológica e ambiental. Os sintomas mais comuns de estresse na adolescência incluem aparecimento súbito de comportamentos agressivos, desobediência, ansiedade, depressão, dificuldade de relacionamento, dificuldades escolares, pesadelos, insônia, entre outros (Lipp, 2000). A família pode atuar como um fator protetor, servindo como apoio e modelo de enfrentamento de dificuldades. Por outro lado, pode também ser uma fonte geradora de estresse e conflito (Kristensen et al. 2004). Apesar dos efeitos nocivos advindos das práticas parentais coercitivas, a maioria dos pais e/ou cuidadores tem dificuldade em aplicar outros métodos disciplinares. Assim, o trabalho do psicólogo é de extrema relevância na orientação de pais e/ou cuidadores. O ensino de práticas parentais produtoras de comportamentos pró-sociais e o acompanhamento psicológico do adolescente podem minimizar ou reduzir comportamentos-problema, melhorando a qualidade da interação pais-filhos (Marinho, 2005). Pais ou cuidadores devem ser, portanto, incluídos nos programas de intervenção psicológica com adolescentes, já que estão envolvidos no processo