Rela es etnorraciais e cultura afrobrasileira

Pluralidade e aceitação das diferenças: um caminho para a quebra dos preconceitos
Natália Soares Ribeiro

É, em primeiro lugar, somente assumindo abertamente que somos um povo racista e preconceituoso, que temos uma cultura estupidamente violenta desde a nossa formação, que poderemos dar passos mais seguros no sentido da superação desses males. (César Mangolin, 2014)

A sociedade brasileira é profundamente marcada por uma cultura racista, machista, patriarcal. Muitos dizem que se não falarmos desses assuntos eles simplesmente desaparecerão com tempo. Para acreditar nisso, seria preciso crer que a história sempre caminha em direção ao progresso, o que não é verdadeiro. Pois se assim o fosse não estaríamos assistindo, atualmente, uma onda ultra conservadora avançar largamente sobre a humanidade, o renascimento do facismo e nazismo travestidos de “liberdade de expressão”, não estaríamos assistindo de camarote a ascensão do Estado Islâmico, fortemente armado pelos Estados Unidos e países europeus, não estaríamos vivenciado o “naufrágio da humanidade” como noticiaram os jornais ao difundirem a imagem do corpo do menino sírio na praia, morto porque tentava fugir da guerra com sua família, morto porque diversos país se recusam a acolher os imigrantes.
A história avança e retrocede, portanto, falar dos assuntos é uma boa maneira de começar a sair do nosso “lugar de conforto”, de pensar o porquê das coisas serem desse e não daquele jeito, de raciocinar, de confrontar nossos medos e de descobrirmos que podemos por meio do nosso empenho pessoal ir alterando aos poucos nossos valores (mesquinhos e egoístas de não aceitação do diferente) e contribuindo para modificar o nosso contexto.
Segundo Bandeira e Batista (2002) a não aceitação dos diferentes e da pluralidade propicia o surgimento e a manutenção tácita da violência como algo natural. Ou seja, é primordial que para extinguir o racismo, bem como outras formas de violência e opressão, discutamos suas raízes e passemos a