Regioes da onu
Indústria Cultural e Comunicação de Massa
Discutir com educadores é sempre uma oportunidade muito boa para quem trabalha na Universidade. Na verdade, o professor universitário corre sempre o risco de viver numa redoma, na medida em que ele está distanciado da prática diária da sala de aula e do ensino em geral. A Educação pressupõe o diálogo constante entre presente, passado e futuro, por isso não se pode colocá-la no gueto do passado, obcecada pela transmissão do saber adquirido. A Escola tem de conhecer o passado para entender e projetar o futuro. Nesse sentido, já foi um aprendizado saber que existe uma instituição como a Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE –, preocupada com a problemática que cerca a atualidade. É da perspectiva de que temos de sonhar também que eu gostaria de discutir o tema em questão. Um tema fascinante, mas complexo e difícil, que desperta sempre muita paixão. Isto porque discutir uma realidade presente na casa de todos nós, como a televisão, o jornal e o rádio, implica sempre trazer para essa discussão vivências cotidianas, uma vez que a televisão nos toca profundamente, todos os dias, todas as horas. Os meus primeiros esforços para entender o conflito existente entre Escola e Meios de Comunicação de Massa, Escola e Indústria Cultural vêm desde 1978. Assim, já nessa época, tentava, em um de meus textos sobre o tema, entender o desafio que os meios de comunicação têm representado para a Escola, assinalando que a compreensão da Indústria Cultural era importante não só para a Escola, mas para a sociedade em geral. Ela era importante para a cultura, para a Educação e para a comunicação porque estava
1 Professora Titular da Escola de Comunicações e Artes de Universidade de São Paulo – ECA/USP.
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trazendo uma problemática típica do mundo contemporâneo. Não se pode esquecer que todas as informações contemporâneas são mediatizadas pelos meios massivos e pela Indústria Cultural. Portanto, dessa perspectiva,