Reforma
Os movimentos religiosos que culminaram na grande reforma religiosa do século XVI tiveram início desde a Idade Média, através dos teólogos John Wycliffe e Jan Huss. Porem, “A reforma não pode ser explicada a partir de um único acontecimento ou a partir da ação de uma única pessoa.” (Pg. 14) Esses movimentos foram reprimidos, mas, na Inglaterra e na Boêmia (hoje República Tcheca), os ideais reformistas perseveraram em circunstâncias ocultas às tendências que fizeram romper a revolta religiosa na Alemanha. No final da Idade Média surgiu um forte espírito nacionalista que se desenvolveu em vários países onde a figura da Igreja, ou seja, do Papa, já estava em descrédito. Esse espírito nacionalista foi estrategicamente explorado pelos príncipes e monarcas, empenhados em aumentar os poderes monárquicos, colocando a Igreja em situação de subordinação. “Após o Cisma (1378-1417; 1449) e depois do Concílio de Basiléia, os papas tiveram que buscar reconhecimento junto aos príncipes, imperadores e reis, concedendo ao Estado grandes poderes sobre a Igreja”. (Pgs. 14 e 15) Nesse período, os olhos se voltaram para o grande patrimônio da Igreja, que despertou a ambição de monarcas e nobres ávidos em anexar às suas terras as grandes e ricas propriedades da Igreja, que perfaziam um terço do território da Alemanha e um quinto do território da França. “Quando se criava uma paróquia ou um bispado, o determinante não era a preocupação com o culto e com a cura d’almas, mas o desejo de realizar uma boa obra e obter, com isso, para si e para sua família parte nos tesouros da graça.” (Pg. 18) Sem contar na isenção de impostos sobre esse território eclesiástico, que aumentava o interesse dos mais abastados. O ponto de partida da reforma religiosa foi o ataque de Martim Lutero, em 1517, à prática da Igreja de vender indulgências. “Martim Luder (ou Ludher) nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, e foi