REFLEXÕES SOBRE A SOCIEDADE AMERICANA A PARTIR DE BLOOD ON THE SUN
Além de objeto de entretenimento, o cinema é fonte de estudo histórico. Ao retratar sua contemporaneidade – de forma direta ou alegórica –, a sétima arte constitui-se num rico objeto de estudo por não se configurar apenas como um texto, mas como a união de vários deles. O roteiro de uma obra cinematográfica nada mais é do que a intertextualidade entre personagens, figurino, trilha sonora, fotografia, montagem, iluminação e diversos outros elementos fílmicos. Com som e cor, o cinema se consagra. O resultado dessas transformações tecnológicas fará com que essa nova arte marque profundamente a cultura do Século XX, uma vez que suas inovações refletem a engrenagem do processo industrial que se desenrolava naquele momento.
Esse século foi, para grande parte da humanidade, devastador. Marcado por duas guerras mundiais, a população percebe estar acuada diante de conflitos que se utilizaram das inovações tecnológicas para a destruição. É a implantação da Revolução Industrial na guerra que dá a essa, aliada à tática, um caráter de totalidade. A guerra será, então, um grande objeto de discussões fílmicas. A partir daí, seu diálogo com o expectador se dará de várias formas: ora como propaganda, ora como denunciadora; às vezes como alegórica. A partir dessa idéia, o filme “Sangue sobre o sol” (Blood on the Sun, 1945), de Frank Lloyd, será explorado a fim de que seu enredo seja invertido: a idéia contida na obra era a