Reflexões sobre um Século esquecido 1901-2000
Dentre os muitos pontos levantados na introdução do livro de Judty, a ideia mais chamativa é a que ele questiona se na transição do século XX para o XXI, o que simplesmente fizemos foi abandonar um sistema de crenças do século XIX, colocando outro em seu lugar. Logo após, é levantado o desconforto que a sociedade moderna tem com o conceito de “mal”, que foi reinstalado no discurso moral e político, e no ocidente é fortemente marcado pelo mal “único” dos Nazistas. Judt continua, afirmando uma obsessão da sociedade contemporânea com o terrorismo, aonde não há nada de novo, e aonde esse “fenômeno” ocorre a mais de cem anos e cita vários locais e situações aonde houveram terroristas, incluindo terroristas irlandeses financiados pelos Estados Unidos contra Margaret Thatcher e terroristas, também armados pelos norte-americanos, no Afeganistão da década de 80. E diz que a única coisa que mudou foi o início de um terrorismo homicida dentro dos Estados Unidos em setembro de 2001, mas um fato como esse não era desconhecido nos primeiros anos do século XX. Judt critica que o abuso da ideia de “mal” vulgarizou de maneira imprudente o conceito, aonde elevamos esse ato homicida de motivação política(terror), a de um “inimigo global”, invocado de maneira errônea pelo governo norte-americano de 2002, que lutava contra o “islamofacismo”. E finaliza abordando o risco de colocar o terrorismo em um pedestal, como a “maior ameaça” a uma sociedade ocidental, democrática e acabarmos descuidados com os vários outros desafios de nossa era.