Reee
Fátima TROMBINI
Os problemas envolvendo o descarte de resíduos de equipamentos eletro-eletrônicos, ultrapassam as questões ambientais. A manipulação de seus componentes podem causar sérios danos à saúde. Este trabalho baseou-se em revisão bibliográfica, que se mostrou incipiente, e no levantamento de dados através de questionários semi-estruturados aplicados a artesãos, divididos em duas etapas. Na primeira, com a identificação dos que faziam uso de materiais recicláveis como matéria-prima e quais eram esses materiais. Na segunda, apenas com o grupo que utilizava resíduos eletro-eletrônicos, a investigação de como eram manuseados e quais os conhecimentos a respeito da complexidade de seus componentes. Os resultados apontam que 37% reutilizam algum tipo de material reciclável e desse total, 25% utilizam REEE. 83% os adquirem através do seu pós-consumo e 17%, recebem doações. Apenas 4% afirmam adotar medida de proteção (luvas, máscaras, óculos), contra 96% que não apresentam essa preocupação. Somente 26% dos entrevistados descartam suas sobras através da coleta seletiva. 35% consideram ter conhecimento de que a manipulação inadequada pode ser nociva para a saúde e 96% reconhecem que o descarte incorreto pode causar danos ao meio ambiente. O desconhecimento a respeito dos seus principais constituintes, como metais pesados e substancias compostas que oferecem riscos à saúde humana e são usados em retardantes de chamas e em circuitos elétricos integrados, corrobora para o descuido no contato direto com esses resíduos e indica a necessidade do desenvolvimento de pesquisas, esclarecimentos ao consumidor e políticas públicas voltadas para a criação de alternativas ambientalmente adequadas para sua disposição final.
Palavras-chaves: lixo eletrônico, políticas ambientais,