RECRIANDO-SE PARA A TURBULÊNCIA

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RECRIANDO-SE PARA A TURBULÊNCIA.

Neste fim de século ficam cada vez mais claras as mudanças de paradigmas, a constante alteração de regras, a quantidade avassaladora de informações, a imprevisibilidade dos acontecimentos. Tudo nos leva a crer que a normalidade para os próximos anos será a de turbulência, incertezas e imprevisibilidade.

Imagine uma torneira jorrando pouca água em uma pia onde a vazão se dá naturalmente. Se aumentarmos muito a quantidade de água e a vazão não for adequada, gerará uma turbulência, um caos. Isso, no entanto, não indica que grande quantidade de água seja um problema; é necessário, neste caso, tomar providências para que a vazão seja feita adequadamente. Da mesma forma, para digerirmos a atual quantidade de informações que nos são dirigidas a todo o momento, torna-se imperativo uma assimilação apropriada e seletiva.

Tal como afirmou Noam Chomsky em entrevista concedida à TV Cultura, quando se referiu à Globalização - como algo que não é bom ou mau, porém bom ou mau é o uso que se faz dela - podemos nos referir da mesma forma à turbulência. E vamos além. Ao longo da História, muitos exemplos nos mostram o progresso humano como fruto da crise e instabilidade, sejam elas de qualquer natureza.

Nesse sentido, os grandes mestres modernos nos inspiram, e podemos estabelecer paralelos entre suas teorias sobre fenômenos da natureza e o comportamento dos seres humanos. Como salienta Ilya Prigogine: "Não se pode, nos dias de hoje, separar o ser humano da natureza que ele descreve." Até porque as pessoas são parte integrante da natureza. Entre esses estudos, a Teoria do Caos, embasada no "Efeito Borboleta” (de Lorenz) questiona: "Pode o bater das asas de uma borboleta no Brasil, ocasionar um tornado no Texas?". A observação de eventos da atualidade sugere uma resposta afirmativa, e deixa clara a hipersensibilidade de certos acontecimentos em processo às condições iniciais em que se formaram, ou seja, pequenas causas gerando grandes

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