Reconstruindo identidades: um estudo sobre as irmandades de pretos na América Ibérica – Século XVIII (O caso de Buenos Aires e o da Vila do Recife)
Campinas - 2006
ISBN 978-85-61621-00-1
Reconstruindo identidades: um estudo sobre as irmandades de pretos na
América Ibérica – Século XVIII
(O caso de Buenos Aires e o da Vila do Recife)
Myziara Miranda S. Vasconcelos*
INTRODUÇÃO
A América Ibérica foi palco para o encontro e construção de novas identidades dos grupos de origens étnicas e culturais diversas. O presente artigo intenta discutir o processo de reelaboração identitária dos “africanos” trazidos para o Novo Mundo, através da análise das irmandades formadas por homens e mulheres pretos na cidade de Buenos Aires e na
Vila do Recife, na segunda metade do século XVIII. Cabe iluminar que este trabalho dialoga diretamente com artigo intitulado Resistência e Desintegração cultural: as confrarias de Buenos Aires no período colonial, de Álvaro de Souza Gomes Neto publicado em 2004.i
Nosso esforço está em observar como estas instituições de caráter eminentemente católico permitiram aos negros recém chegados e a seus descendentes, a associação através de uma espécie de ‘parentesco étnico’ permitindo-os resignificar suas tradições a partir da adaptação à dinâmica da escravidão.
Para tanto, partiremos da definição do contexto no qual as irmandades aqui estudadas se formaram, aproximando ou diferenciando a realidade colonial vivenciada nos dois núcleos urbanos específicos. Em seguida, exploraremos mais a fundo o nosso cenário: a
Irmandade de São Baltasar em Buenos Aires e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos
Homens Pretos da Vila do Recife, observando como essas corporações funcionavam no processo de reunião de determinados grupos étnicos em detrimento de outros.
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Mestranda em História pela UFMG/ Pesquisadora do GEHSCAL (Grupo de Estudos de História Sóciocultural da América Latina). myziaramiranda@yahoo.com.br
Anais Eletrônicos do VII Encontro Internacional da ANPHLAC
Campinas - 2006
ISBN 978-85-61621-00-1