Realismo
A partir da segunda metade do século 20, as concepções estéticas que nortearam o ideário romântico começaram a perder espaço. Uma nova tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade, toma conta da literatura ocidental. Estava inaugurado o Realismo-Naturalismo.
É importante assinalar que as relações do Realismo com o Romantismo são bem mais complexas dos que as de uma simples negação - existem no Realismo elementos de acentuada contestação do Romantismo, mas também de continuidade.
Características
O excessivo subjetivismo romântico é substituído pela descrição da realidade (e da relação do homem com a sociedade). Influência de movimentos políticos (socialismo, comunismo, anarquismo etc.). A ciência se afirma como único método para se conhecer, efetivamente, a realidade. Novos campos do conhecimento (como a sociologia e a psicologia) influenciam a literatura. O "eu" literário não será mais fruto da espontaneidade ou da emotividade, como no Romantismo, mas de uma reflexão muitas vezes aguda e sempre consciente dos limites que a sociedade impõe ao homem - e das angústias e insatisfações daí decorrentes.
Realismo no Brasil:
No Brasil, o início do Realismo ocorre em duas direções. A primeira é relacionada aos problemas sociais, ambiente urbano e elementos do cotidiano. Já a segunda, aconteceu no flerte do realismo com o Naturalismo. Assumindo uma posição ideológica regionalista, na qual se elevou a cor local, a vida difícil no ambiente rural brasileiro e o determinismo, negando a existência do livre-arbítrio.
Entre as principais características do Realismo brasileiro, influenciado pelo Determinismo de Taine e pelo Positivismo de Augusto Comte, existem duas linhas:
Marcada por Machado de Assis, de análise das classes mais abastadas da sociedade carioca, com foco em temas políticos do século XIX. Com ênfase na análise comportamental dos seres humanos