Realismo
Partindo da afirmação de Massaud Moisés, “nos anos seguintes a 1860, desencadeia-se profunda reviravolta na vida mental portuguesa: o Romantismo sofre os primeiros ataques por parte da nova geração” (p. 229), é de extrema relevância relacionar as principais características que impulsionam o Realismo, não apenas em Portugal como também aqui no Brasil. Dessa maneira, entendemos que essa mudança não ocorre apenas, de uma hora para outra, com a pretensão de instaurar um movimento revolucionário, muitas características sociais e políticas relacionadas à época são a verdadeira chave para poder compreender o Realismo, que conforme afirmou Coubert: “é a negação do ideal”.
Nesse contexto, surge a primeira iniciativa com um grupo de estudantes comandado por Antero de Quental e, intitulada a Sociedade do Raio. Mais adiante, os participantes da revolta anti-romântica voltam a reunir-se em Lisboa em um grupo chamado Cenáculo e que, posteriormente, passa a organizar um ciclo de conferências públicas, chamadas Conferências do Cassino Lisbonense, onde participavam, Eça de Queiroz, Antero, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Salomão Sáragga, Santos Valente, dentre outros. Essas conferências tinham como objetivo discutir os problemas e as questões de ordem ideológica, relacionadas ao povo culto da Europa e América do Norte. Dessa maneira, refletia-se, então, a postura do positivismo, do socialismo e do evolucionismo, com todas as suas variantes, trazendo assim, um movimento que só se preocupa com o presente, com o contemporâneo e, principalmente, que é pautado em um pensamento filosófico e científico modernos.
“Primeiro que tudo, os realistas reagiram violenta e hostilmente contra tudo quanto se identificava com o Romantismo. Anti-românticos confessos, pregavam e procuravam realizar a filosofia da objetividade: o que interessa é o objeto, o não-eu. [...] tinham de destruir a sentimentalidade e a imaginação romântica e trilhar a única via de