Realismo Vs Anti-realismo científico
Carina vicente
Parece-me interessante iniciar o presente trabalho com uma pergunta relativamente simples: o que é ciência? Ora, são as disciplinas que desde cedo aprendemos na escola e que normalmente estão embasadas em linguagem matemática. Isso é de conhecimento do senso comum, mas tal explicação não serve para os filósofos. A Filosofia da Ciência busca entender quais são os pressupostos para que algo seja científico e é assim que surgem discussões como, por exemplo, como distinguir a ciência da pseudo-ciência. De forma resumida, uma das principais características das práticas científicas é o uso de peculiares métodos para observar e entender os fenômenos, o que é possível por meio de experimentos, mas lembrando-se que não todas as ciências podem ser experimentais, uma vez que não é possível para um astrônomo lidar diretamente com seu objeto de estudo. Além disso, à partir dos resultados obtidos pelos experimentos ou observações minuciosas, os cientistas criam hipóteses que obedecem a lei da parcimônia, isto é, precisa ser o mais clara e simples possível. A partir dessas hipóteses, formulam-se teorias que mais adiantes serão testadas, se possível, e então corroboradas ou negadas.
Uma vez definido o que é ciência para a filosofia, partimos para uma segunda pergunta: o que é realidade? Há um antigo e acalorado debate, pertencente à metafísica, entre duas escolas de pensamento com concepções divergentes em relação à realidade, e são elas o realismo e o relativismo. Os realistas acreditam que o mundo físico existe independente da capacidade do homem de percebê-lo, para eles a realidade é única e independe de interpretações e contextos. Qualquer acontecimento em qualquer ponto do planeta ou do universo é real e faz parte do nosso mundo, ainda que nenhum de nós esteja presente para testemunhar a explosão de uma estrela a milhares de anos-luz, ou mais, ainda que nenhum de nós seja capaz de observar ou até mesmo