Realismo no brasil
O Realismo é uma corrente literária surgida na segunda metade do século XIX, onde a sociedade passava por mudanças profundas, lutas sociais, tentativas de revolução, novas ideias políticas, científicas, filosóficas e artísticas. A obra que marca o início do Realismo mundial é Madame Bovary, de Gustave Flaubert.
Na literatura há uma mudança drástica, devido a grande diferença do Realismo para o Romantismo. Segundo Eça de Queirós “[...] o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenarmos o que houve de mau na sociedade”. A citação de Eça de Queirós, fala sobre as características românticas que eram condenadas pelos realistas, gerando assim, o antirromantismo. Fuga da realidade, culto do eu, viver de idealizações, estas são algumas das características.
O Realismo brasileiro se resume a dois grandes autores: Raul Pompeia e Machado de Assis, este conseguiu o maior legado artístico realista, mesmo tendo iniciado suas produções em pleno Romantismo. Percebendo essa mudança de estilo literário, Memórias Póstumas de Brás Cubas representa-a e marca o início do Realismo no Brasil, sendo uma obra polêmica que apresenta críticas à sociedade burguesa do Rio de janeiro. A obra já se mostra realista pela sua dedicatória: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas. Brás Cubas”. O autor fez essa dedicatória, porque é um defunto-autor, ou seja, escreveu a obra depois de morto.
Machado de Assis aborda em Dom Casmurro a temática mais apresentada do Realismo mundial, a traição, porém essa temática é geradora de dúvida nos leitores da obra. Machado de Assis criou uma narrativa ambígua, que oscila entre dois polos: Capitu teria ou não traído Bentinho? O elemento da narrativa que nos leva a essa