Reagan, tachter
De um ponto de vista histórico, foi ascensão dos totalitarismos de esquerda e direita nos anos vinte e trinta que colocou em cheque a ideia de autodisciplina. Como insistir num curso "natural" da história frente ao Stalinismo e ao Nazismo? Fazia-se necessária, então, a intervenção do Estado, para defender e promover a instituições pró-mercado. A ordem "natural" deixava de ser "natural"; precisava ser imposta por meio do poder, vale dizer, pelo Estado. Com o fim da Segunda Guerra Mundial disseminou-se uma corrente política liberal no globo. Nacionalismo, protecionismo, militarismo e racismo haviam conduzido o mundo a duas brutais guerras em menos de meio século. Ansiava-se o resgate da democracia liberal, do livre comércio, o respeito às minorias. Ocorria, entretanto, que no campo econômico era de conhecimento público os limites da doutrina liberal.
Logo, o antigo liberalismo era trocado por uma nova versão do liberalismo, mais intervencionista a favor do pleno emprego; as instituições financeiras multilaterais, como reguladoras monetárias mundiais, com cotação fixa em ouro para o dólar; as grandes empresas como forma mais eficiente de organização e produção; os planos e metas de crescimento, que dimensionavam o mercado e introduziam novidades, os partidos políticos; a distribuição de renda através de um regime fiscal progressivo aliado a políticas focadas nos problemas sociais, etc. Os liberais foram se misturando aos sociais-democratas, aceitando as teses e políticas deles, mesmo dando uma interpretação mais conservadora das doutrinas socialistas. Nos EUA, essa mistura foi sendo cada vez mais identificada com o Partido Democrata, apesar de também se apresentar no Republicano.
Entretanto, para os mais conservadores essa era uma séria degradação do liberalismo. Então, sob a liderança de von Mises, de Hayek e outros nomes, em 1947, no Hotel Mont Pèlerin, reúne-se uma nova