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As tábuas trigonométricas foram usadas há mais de dois mil anos para fazer cálculos em Astronomia. Pensava-se que as estrelas estariam fixas na superfície de uma esfera de diâmetro muito grande, um modelo adequado para todos os efeitos práticos na época. Apenas os planetas então conhecidos (Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter, Saturno), a Lua e o Sol moviam-se também sobre esferas. A espécie de Trigonometria necessária para entender posições sobre a esfera é a chamada Trigonometria esférica. Seu papel foi assumido modernamente pela Álgebra Linear, e portanto, este ramo particular da Trigonometria é raramente ensinado hoje em dia. Não obstante, uma das aplicações da Trigonometria continua a ser a Astronomia. Como a Terra é também uma esfera, a Trigonometria é utilizada na Geografia e na navegação. Ptolomeu (100-178 d.C.) usou a Trigonometria na sua Geografia e usava tábuas trigonométricas nos seus escritos. Colombo carregou consigo uma série das Ephemerides Astronomicae nas suas viagens ao novo mundo.

Parece que não existe nenhuma relação entre trigonometria e astronomia a primeira vista, não é? Mas muitas das descobertas da astronomia se deve as aplicações da trigonometria. Trigonometria é o ramo da Matemática que trata das relações entre os lados e ângulos de triângulos (polígonos com três lados). A trigonometria plana lida com figuras geométricas pertencentes a um único plano, e a trigonometria esférica trata dos triângulos que são uma seção da superfície de uma esfera. A trigonometria começou como uma Matemática eminentemente prática, para determinar distâncias que não podiam ser medidas diretamente. Serviu à navegação, à agrimensura e à astronomia. Ao lidar com a determinação de pontos e distâncias em três dimensões, a trigonometria esférica ampliou sua aplicação à Física, à Química e a quase todos os ramos da Engenharia, em especial no estudo de fenômenos periódicos como a vibração do som e o fluxo de corrente alternada. Trigonometria começou com as