Raissa
XXII SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PELOTAS (RS) - 02 A 04.12.2004
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:
CIÊNCIAS HUMANAS, CIÊNCIAS SOCIAIS E ARTE
Prof. Dr. Silvino Santin
Introdução
O tema desta mesa redonda, certamente, não é novo, entretanto, no meu entender, é absolutamente desafiador porque abre espaços para muitas, variadas e novas interpretações e reflexões. Em princípio, o desafio pode vir da releitura das palavras que o anunciam, de quem as escuta e interpreta.
Cada palavra tem sua história a partir de sua gênese e no interior dos discursos de cada época, de cada cultura ou de cada ciência. O sentido das palavras depende, por sua vez, da leitura específica de um leitor ou ouvinte.
Depois de instaurado o pensamento lógico/racional pelos gregos, foi estabelecida a exigência da univocidade das palavras e do discurso. Uma coisa é ou não é. O ou prevaleceu sobre o e. Como conseqüência tornou-se consensual a idéia de que cada palavra tem um sentido, independente do sujeito falante, como requisito de verdade lógica e como condição de diálogo.
Hoje, os críticos da univocidade acreditam que o sentido único leva ao monólogo. O diálogo, ao contrário, se constrói sobre a diversidade de sentidos. O fato mais evidente deste monólogo é a tese do pensamento único que se instalou dentro das universidades em nome da cientificidade.
Lembro apenas esse fato para permanecer nos limites do tema.
Fiz esta rápida introdução por três motivos. Primeiro para dizer que não pretendo oferecer verdades de nenhum tipo, muito menos científicas. Segundo para provocar outras maneiras de pensar a educação física no interior dos ideais de cientificidade que a envolvem. Terceiro para justificar a maneira como eu construí a presente reflexão: sempre que recebo um convite para falar sobre um tema, a minha atitude não diferente da atitude diante de um concurso quando é sorteado um ponto para se fazer a prova escrita ou didática. Procuro manter-me