Radiologia no Brasil Há 110 anos, foi registrada a criação de uma importante descoberta médica, o primeiro aparelho de raios X, desenvolvido por Wilhelm Conrad Roentgen, na Alemanha. Passados pouco mais de dois anos, o médico brasileiro José Carlos Ferreira Pires já produzia as primeiras radiografias com finalidades diagnósticas da América do Sul, em Formiga, Minas Gerais. O primeiro aparelho de raios X chegou ao País em 1897. o aparelho era rudimentar, com bobinas de Rhumkorff de 70 cm cada uma e tubos tipo Crookes. Naquela época, a cidade de Formiga não contava com eletricidade e para colocar o aparelho em funcionamento, era necessário alimentá-lo com baterias e pilhas Leclancher rudimentares de 0,75 HP. Os resultados não foram satisfatórios e então Dr. Pires decidiu instalar um motor fixo de gasolina que funcionava como um gerador. Com ajuda da mulher, filhos, amigos e um manual de instruções, Dr. Pires colocou o aparelho em funcionamento e, com chapas de vidro fotográfico, passou a produzir as primeiras radiografias. A primeira radiografia, feita em 1898, foi de um corpo estranho na mão do então ministro Lauro Muller, um de seus primeiros clientes. Entre 1899 e 1912, Dr. Pires adquiriu todos os tipos de tubos fabricados. O tempo necessário para produzir a chapa radiográfica era longo. Uma radiografia de tórax levava cerca de 30 minutos e uma de crânio em torno de 45 minutos. O extenso período da exposição não permitia que o paciente ficasse sem respirar, comprometendo a boa definição da imagem. Outra inconveniente era a intensa radiação que se espalhava. Na década de 50, após uma exposição do Departamento de Radiologia da Associação Médica de Minas Gerais, o aparelho foi enviado para o exterior, por falta de interesse das entidades governamentais em criar um museu histórico no País. Atualmente, o primeiro aparelho de raios-X utilizado no Brasil encontra-se no