Racionalização da Arquitetura
O professor Carlos Antônio Leite Brandão, do Departamento de Análise Crítica e Histórica da UFMG, traz em seu artigo, que também foi apresentado em uma conferência, questionamentos sobre o processo de criação da Arquitetura no campo disciplinar. O autor procura mostrar a alunos e professores interessados em Arquitetura como se deu a formação dessa disciplina, questionando a influência do renascimento nessa nova vertente acadêmica.
Brandão (2004) afirma em seu artigo que a Arquitetura, enquanto disciplina, ocupa um papel intermediário entre o medievo e o moderno. Dessa maneira, esse campo disciplinar não foi inventado nem proposto, mas construído lentamente. Essa afirmação é exemplificada quando o autor desenvolve o tema mostrando vários pontos que culminaram na criação da disciplina de arquitetura, como quando explicita a transição da arquitetura desde quando era considerada arte mecânica, passando por arte liberal e, enfim, associando-se mais estreitamente com as ciências e com a matemática.
A partir do texto de Brandão, podemos analisar que o método científico fez com que a Arquitetura deixasse de ser ensinada somente nos canteiros de obras para ser lecionada também no campo acadêmico. Mas será que a disciplinação dessa nova vertente acadêmica fez com que a Arquitetura fosse racionalizada?
“A racionalidade passou por várias evoluções até chegar aos nossos dias: renascimento, iluminismo, positivismo, cientificismo”¹, culminando no século XX, onde foi criada a arquitetura racionalista após a Primeira Guerra Mundial.
Essa evolução do ensinamento da arquitetura só foi possível, como visto em Brandão, graças aos fatores que levaram à criação dessa nova disciplina, principalmente a invenção do papel e da imprensa, tornando muito mais fácil a difusão da teoria da Arquitetura. Isso permitiu avanços e conexões com outras áreas do