rachaduras no paraiso
O autor descreve a cidade e sua população com riqueza nos detalhes, inserindo, ao longo do texto, narrativas com base nas informações obtidas em conversas com diferentes pessoas, com origens e níveis sociais diferentes, formando um texto elaborado que comove o leitor. Hari ouve com imparcialidade os nativos da região e alguns imigrantes de alguns continentes ao redor do mundo. Ao longo do texto, é possível perceber que a decepção atinge uma grande quantidade de pessoas, principalmente as que acreditaram que Dubai seria um paraíso, eles largam suas vidas para vivenciar esse “sonho”, mas também existe uma parcela da população, composta por pessoas com poder aquisitivo maior, que estão satisfeitos com suas vidas.
Entre os muitos aspectos apurados na reportagem, os que causam mais perplexidade são os que se referem à mão de obra estrangeira que construiu a cidade e ali permaneceu, presa e invisível, apesar de estar por toda parte enfiada em uniformes azuis e seguindo um regime de trabalho forçado, como em campos de concentração.
Hari conta como a crise bateu em Dubai e a critica por apresentar três grupos sociais muito distintos, o que gera muita desigualdade. Existem os expatriadas ocidentais, os árabes nativos ou dubaienses, que são liderados pelo xeque Mohammed, e a mão de obra estrangeira, que vive em má condição de vida.Portanto, o autor apresenta a cidade muito diferente do que é vendida pelo xeque Mohammed, mostra que ela é artificial e está decaindo com construções paralisadas, obras inacabadas, e crises financeiras e ambientais, já que seus recursos naturais estão se esgotando. Além de ser considerada uma cidade que não é