Quimicamil

Pequena análise sobre o conhecimento filosófico
Desde o nascimento da filosofia na Grécia, os primeiros filósofos dedicavam-se a questionamentos como: “Por que e como as coisas existem?”, “O que é o mundo?”, “O que são as coisas?”. Os primeiros filósofos ocupavam-se com a origem e a ordem do mundo. Pouco a pouco, passou-se a indagar o que era o próprio Kósmos, qual era o princípio que ordenava todas as coisas e que permanecia imutável sob a multiplicidade e transformação delas. Esse princípio é o Ser. Passou-se a se perguntar qual era e o que era o Ser, tornou-se ontologia, isto é, conhecimento ou saber sobre o Ser. Quando tomamos distância da vida cotidiana e de nós mesmos e passamos a indagar o que são as crenças e os sentimentos que nos alimentam estamos começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica. Dessa forma, a filosofia surge quando os seres humanos começam a exigir provas e justificações racionais que validem ou invalidem as crenças cotidianas. A filosofia começa dizendo “não” às crenças e aos preconceitos do dia a dia para que possam ser avaliadas racional e criticamente. A reflexão filosófica vai à raiz do pensamento, pois é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para pensar-se a si mesmo, para conhecer como é possível o próprio pensamento ou o próprio conhecimento. Os questionamentos filosóficos se realizam de modo sistemático, ou seja, a filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou ideias obtidas por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado. Devido a esses próprios questionamentos, o conhecimento filosófico assemelha-se de certo modo ao conhecimento científico.