quilombos
Recebiam no Brasil o nome de quilombo todo o agrupamento humano formado durante o período de escravidão composto principalmente por escravos de descendência africana ou brasileira, sendo que em muitos desses grupos eram encontrados também remanescentes de grupos indígenas, brancos europeus e brasileiros, mulatos, cafuzos e mamelucos. O fenômeno dos quilombos é comum a todo o continente americano, sendo praticamente impossível ter uma estimativa exata de quantos grupos existiram no Brasil até finais do século XIX. . Os estados onde mais se desenvolveram quilombos foram Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.
As razões para a formação de tais núcleos é facilmente explicável: muitos senhores podiam ser benevolentes em seu trato com os escravos, mas outros tantos chegavam a um sadismo incrível, impondo frequentes torturas, castigos e penas cruéis a todo o indivíduo que desrespeitasse as regras impostas. Considerado um objeto, um bem, o escravo nem mesmo tinha permissão para calçar sapatos, e os seus pés descalços eram um humilhante e simbólico aviso de que aquele ser humano era um cativo.
Desse modo, o ambiente de opressão, trabalhos forçados e castigos encorajavam muitos escravos a tentar a fuga de qualquer maneira. Em muitos casos, o fugitivo já tinha um destino planejado, ou seja, comunidades em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas, onde já viviam outros ex-escravos que conseguiram fugir com sucesso das senzalas. Ali, os indivíduos viviam de acordo com sua cultura, produzindo em forma comunal, mas, em muitos casos também, realizavam trocas e contatos com outros núcleos vizinhos que não eram quilombos, numa estranha convivência.
Quilombo de Palmares
Um dos quilombos mais conhecidos da história brasileira foi Palmares, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas. Com o passar do tempo, Palmares se transformou em uma espécie de confederação, que