QUILOMBO
A palavra "quilombo" tem origem nos termos "kilombo" (Quimbundo) e "ochilombo" (Umbundo), estando presente também em outras línguas faladas ainda hoje por diversos povos Bantus que habitam a região de Angola, na África Ocidental. Originalmente, designava apenas um lugar de pouso, utilizado por populações nômades ou em deslocamento; posteriormente passou a designar também as paragens e acampamentos das caravanas que faziam o comércio de cera,escravos e outros itens cobiçados pelos colonizadores. Significava também "acampamento guerreiro",5 "capital, povoação, união".6 Porém foi só no Brasil que o termo "quilombo" ganhou o sentido de comunidades autônomas de escravos fugitivos.7
Moradores da comunidade quilombola de São Domingos, em Paracatu, em Minas Gerais, no Brasil
Legislação
As comunidades quilombolas, de acordo com certos critérios, podem pleitear ao Estado brasileiro:
O reconhecimento oficial como comunidade quilombola, pela Fundação Cultural Palmares;
O título de propriedade da terra, como consta na Constituição de 1988 (ver Terras quilombolas no Brasil);
O acesso a projeto de sustentabilidade, preservação e valorização de seus patrimônios histórico-culturais, assegurado nos Artigos 214, 215 e 216 da Constituição do Brasil.
Características
Tradicionalmente, os quilombos eram das regiões de grande concentração de escravos, afastados dos centros urbanos e em locais de difícil acesso. Os quilombos da Confederação Quilombola do Campo Grande, em Minas Gerais, conhecida como Quilombo do Campo Grande, alteram em muito esse conceito generalizante, pois, a partir de 1735, se formaram e se fortaleceram com pretos forros e seus escravos, brancos pobres e seus escravos, além de escravos fugidos da escravidão. Todos eles fugiam do sistema tributário dacapitação que vigorou nas Minas no período de 1735 a 1750.8
Embrenhados nas matas, selvas ou morros, esses núcleos se transformaram em aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e às vezes ao comércio,