Quilombo
As principais regiões econômicas e geográficas do Sul do país assentadas no braço feitorizado contavam com a presença de quilombos em seus arredores, como o litoral. O continente, a oeste das grandes lagoas existentes no estado, e a Serra (apesar da colonização tardia) também foram abrigo de diversas manifestações de resistência negra (MAESTRI, 2005: 323).
Outra singularidade dos quilombos sulinos diz respeito à sua localização. Existia uma grande quantidade de quilombos vivendo muito próximos aos centros urbanos, especialmente nas regiões de Porto Alegre, Rio Pardo e Rio Grande. Eram constituídos por cativos urbanos, acostumados ou conquistados pela vida citadina. A vida rural lhes seria desconhecida ou pouco atraente (MAESTRI, 2005: 298-9). Esse foi o caso dos quilombos de Negro Lucas e de Manoel Padeiro.
As principais aglomerações urbanas da Colônia e do Império possuíam grandes concentrações de trabalhadores escravizados. Escravos em fuga faziam-se passar por libertos ou negros livres ou permaneciam nas imediações das aglomerações, onde fundavam pequenos quilombos.
O Rio Grande do Sul também abrigou quilombos rurais cujos integrantes, em geral, garantiam o seu sustento por meio da caça, da coleta, da pesca e da pequena agricultura. Em alguns casos, eles também obtinham outros produtos como sal, pólvora, fumo e chumbo, por meio da troca ou da rapinagem. Foi o caso do quilombo de Preta Vitória, em Rio Pardo. Esses quilombos eram