Questão social no brasil: a difícil construção da cidadania
A partir de 1930 a questão social do trabalho é matéria do governo, enquanto que o da pobreza continua coisa da filantropia. Aqui há uma diferenciação entre problemas sociais e questões sociais a primeira é relacionada ao trabalho, a segunda à situação de carência, à marginalização, a não contribuição aos cofres públicos, portanto ficando à mercê da caridade alheia. Aqui os direitos sociais não passam de políticas sociais, dirigidas a dois públicos diferentes: direitos dos cidadãos e “assistência” social aos pobres. Há os cidadãos que são protegidos por contribuírem, já os pobres por não contribuírem, sobram os programas de caráter filantrópico, e isso ainda, aos grupos mais carentes, portanto mais sujeitos às mazelas sociais. Desde a sua origem, o nosso sistema de proteção social, ao invés de existir para garantir a capacitação e inclusão dos cidadãos no mercado de trabalho, tem funcionado apenas para reproduzir o sempre atual sistema de reprodução de subalternidade, de apadrinhamento das classes assalariadas e do povo em geral para com aqueles detentores do poder econômico e político do país.
Então a questão social no Brasil é criada