Question Rio

INTRODUÇÃO
As pessoas que se declaram religiosas no mundo aumentaram, de 82% em 1970, a 88% em 2013, e chegarão a 90% em 2020. Portanto, é inegável a relevância da religiosidade na vivência da maior parte dos indivíduos, sendo, como consequência, bastante prevalente entre os indivíduos que necessitam de cuidados médicos. Apesar da semelhança, faz-se necessário estabelecer uma diferença conceitual entre espiritualidade e religiosidade. A espiritualidade, que será avaliada neste estudo, poderia ser definida como uma propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível: um sentido de conexão com algo maior que si próprio, que pode ou não incluir uma participação religiosa formal (Saad et al., 2001; Volcan, 2003), tendo a sua relação com a saúde se tornado claro paradigma a ser estabelecido na prática médica diária. A religiosidade, por sua vez, está relacionada com a religião, sendo uma expressão externa de crenças espirituais que incluem frequentemente rituais e práticas específicas, vinculada geralmente a um determinado grupo de indivíduos. No contexto do enfermo, a doença permanece como uma entidade de impacto amplo sobre aspectos de abordagem desde a fisiopatologia básica até sua complexa interação psicossocial; o que pode envolver também o aspecto espiritual do paciente, sendo fundamental reconhecer que esses diversos fatores estão correlacionados em múltipla interação. Ademais, diversos estudos científicos constataram alterações significativas em grupos de pacientes que apresentavam alguma prática religiosa frequente, como redução de componentes inflamatórios potencialmente danosos ao organismo, muitas vezes relacionados ao estresse, como cortisol e IL-6, além de menores taxas de marcadores de inflamação, como alfa-2 globulina, d-dímero, leucócitos polimorfonucleares e linfócitos. Com relação aos aspectos sociodemográficos, percebeu-se, através de diversos estudos de seguimento que