Quem precisa de ajuda?
Dei outra sugestão. Que tal ela mesma buscar um trabalho terapêutico, para que ficasse em paz diante do sofrimento do filho. Falei que seria muito importante que ela estivesse bem, para que ela pudesse ajudar seu filho nesta fase difícil. Foi então que ela me falou que tinha uma relação muito estreita com o filho e que por gostar muito dele, não conseguiria vê-lo daquele jeito e ficar em paz ao mesmo tempo.
Surgiu, então, uma crença muito comum: a crença de que quando alguém que nós amamos está sofrendo, temos que sofrer também e não podemos ficar em paz. Essa crença traz outras implicações, que são também crenças e pensamentos que nos prendem ao sofrimento: “Se eu fico em paz enquanto meu filho tem um problema sério, significa que não o amo/ Se eu estiver feliz enquanto ele tem um problema, isso significa que não me importo com ele/ Se eu ficar em paz, não vou tomar nenhuma atitude para ajudá-lo/ É preciso sofrer junto com o outro para se importar e fazer algo por ele/ Não quero ser uma pessoa fria, egoísta, ou insensível, por isso eu tenho que sofrer junto com ele/ Sinto culpa em estar feliz enquanto o outro sofre/ Não sofrer junto com o outro é abandonar e trair o outro” Expliquei que tudo isso são crenças extremamente comuns, as quais já vi se repetir com várias pessoas, inclusive comigo e, que me serviram apenas para produzir mais infelicidade. No meu sofrimento não ajudei ninguém. Pelo contrário, acabei atrapalhando.
Seja a nós mesmos, seja ao outro pois acabamos por ser chatos, preocupados demais e