Quem num tem emelho, ximba!
É porque eu num tenho emelho, aí ele me liberôpra escrevê no dele. E eu quero falá é sobre isso mermo: emelho. A parada é a seguinte: ôto dia eu tava percurano um serviço no jornal aí eu vi lá uma vaga na loja de computadô. Aí eu fui lá vê colé a de mermo. Botei uma rôpa sacanage que eu tenho, joguei meu Mizuno e fui lá, a porra. Aí eu cheguei lá, fiz a ficha que a mulé me deu e fiquei lá esperano. Nêgo de gravata e as porra, eu só "nada... tô cumeno nada!". Aí, eu tô lá sentado, pá, aí a mulé me chama pa entrevista, lá na sala dela. Mulé boa da porra! Entrei na sala dela, sentei, pá, aí ela começô: a mulé perguntano coisa como a porra, se eu sabia fazê coisa como a porra e eu só "sim sinhora, que eu já trabalhei nisso e naquilo", jogano 171 da porra na mulé e ela cumeno legal, a porra!
Aí ela parô assim, olhô pra ficha e mim perguntô mermo assim: "você mora aí, é?", aí eu disse "é". Só que eu nun sô minino, botei o endereço de um camarado meu e o telefone, que eu já tinha dado a idéa pra ele que se ela ligasse pá ele, ele dizê que eu sô irmão dele e que eu tinha saído, pra ela deixá recado, que aí era o tempo dele ligá pro orelhão do bar lá da rua e falá comigo ou deixá o recado que a galera lá dá. Eu nun vô dá meu endereço que eu moro ni uma bocada da porra! Aí a mulé vai pensá o que? Vai pensá que eu sô vagabundo tomém, né pai... Nada! Aí, tá. A mulé só perguntano e eu jogando um "h" da porra na mulé, e ela gostano vú... se abrindo toda... mulé boa da porra! Aí ela mim disse mermo assim: "ói, mim dê seu emelho que aí quando fô pra lhe chamá... - a mulé já ía me chamá já - ... quando fô pra lhe chamá, eu lhe mando um emelho". Aí eu digo "porra... e agora?". Aí eu disse a ela mermo assim "ói, eu vou lhe dá o emelho de um vizinho meu pra sinhora, que ele tem computadô, aí ele mim avisa". Mintira da porra, que o cara mora longe como a porra e o computadô é lá do trabalho dele, aí ele ía