Quando um irmão nasce

E quando nasce um irmão?...
O nascimento de um irmão, raramente é vivido como algo pacífico e prazeroso. Na verdade, são muitos os sentimentos que invadem a criança, até então, única e o centro das atenções dos pais.
Acontece com alguma frequência mesmo antes do nascimento do bebé, por volta das 34 semanas, começarem os comportamentos de regressão, nomeadamente, o choro, a tentativa de dormir com os pais, voltar a querer chucha e biberão, entre outros, assim como uma maior instabilidade, excitação e mudanças bruscas de humor. No fundo, é o adivinhar da chegada de um novo elemento que poderá roubar o seu lugar, por em causa a sua posição no seio familiar e pior que tudo, roubar os seus pais! Por norma, a família e os amigos ajudam bastante na criação de filmes de terror nas pequenas cabeças, com frases do tipo “Agora vais ter alguém com quem dividir a mãe e o pai” ou “Agora vais ter um mano e ele vai brincar com os teus brinquedos”. A insegurança e o medo de perder podem instalar-se de modo irreversível e é nesta altura que os pais devem estar muito atentos e desmistificarem de imediato estas situações, sob pena de condenarem ao insucesso, logo à partida, a relação dos irmãos. Será muito mais adequado dizer-lhe coisas como “Que sorte, agora vais ter alguém com quem brincar!” ou “Que bom, agora vais ter companhia para dormir!”.
Depois do nascimento e aquando da chegada do mano a casa, para que esta não seja sentida como uma invasão de espaço, é conveniente que a criança vá buscar a mãe e “o novo elemento” ao carro, para que a entrada seja feita em conjunto, quase como se o fosse convidar a entrar em sua casa, no seu espaço. Os pais devem convidá-lo a mostrar a casa ao mano, explicar-lhe onde fica cada coisa e a quem pertence. Assim, fica delimitado o lugar de cada um. Outro truque que se pode usar é o mano bebé trazer um presente para lhe oferecer. Assim, fica claro que “o novo elemento” não é má pessoa e até gosta dele. Veio de longe e trouxe-lhe um presente.