qualquer coisa da vida
Para discorrermos sobre a atitude linguística faz-se necessário, num primeiro momento, abordarmos seu conceito vigente. Dominique Lafontaine conceitua atitude linguística como “a maneira na qual sujeitos avaliam línguas, variantes, variáveis linguísticas e os locutores que expressam-se em línguas ou variantes linguísticas indivíduais”[1]. Se admitirmos que a atitude linguística é, diretamente, ligada a atitude particular do falante fica fácil pensarmos que existe um elo entre língua e identidade, logo a atitude linguística há de se manifestar no comportamento dos indivíduos em relação a língua e seus falantes.
Essas atitudes linguísticas configuram-se num pendulo de ações positivas ou negativas, que facilitam ou não a comunicação, determinam pragmatismos linguísticos e valorizam uma língua e rebaixam outra de tal forma que esses contextos influem diretamente na avaliação social sobre o grupo e indivíduo, qualificando-o, introduzindo-o e/ou execrando-o socialmente. O habitual é que sejam os grupos sociais mais dominantes socioeconomicamente os que ditam as normas das atitudes linguísticas dos falantes. Essas atitudes linguísticas vão além das diferenças geográficas (como as atitudes negativas comuns ao linguajar do Gaúcho pelos grupos da região Centro-Leste do Brasil, por exemplo) elas configuram-se a nível social, escolar e econômico. Sabemos, por exemplo, que deixar de fazer concordância sintagma nominal é indicio de baixa escolaridade e que geralmente vem aliada a baixo poder econômico.
Portanto, é óbvio notar que não basta que membros de comunidades linguísticas tenham contato com outra para assimilar e adotar suas características linguísticas mas que esses indivíduos “libertem-se” de suas atitudes negativas, muitas vezes simplesmente preconceituosas, para que isso seja possível.
Bibliografia
[1] - La manière dont des sujets évaluent soit des langues, des variétés ou des variables linguistiquessoit, plus souvent, des