Qualidade de vida no trabalho em empresas brasileiras
Os resultados positivos de pesquisas que avaliam a Qualidade de Vida no Trabalho, especialmente no Brasil, tem sido fonte de desconfiança, por parte de estudiosos mais críticos. Concebida na sociedade americana, preocupada com as condições de trabalho e seus reflexos sobre o bem estar do trabalhador, encontra um contexto social bastante diferenciado nos países em desenvolvimento ou sub-desenvolvidos. Isso pode ser vislumbrado a partir dos resultados da presente análise, em que foram selecionadas inicialmente 4.000 empresas com mais de 300 funcionários, mas somente onze delas receberam avaliação máxima em relação a metade ou mais dos itens considerados essenciais para que uma empresa seja considerada um excelente lugar para trabalhar. Pode-se inferir então, que é muito reduzido o número de empresas brasileiras que efetivamente põem em prática ações que visem a Qualidade de Vida no Trabalho do seu pessoal
Neste sentido, concorda-se com Drucker (1995, p. 51), quando assinala que :
“Hoje todas as organizações dizem: ‘As pessoas são o nosso maior ativo’. Entretanto, poucas praticam aquilo que pregam e menos ainda acreditam nisso. A maioria ainda acredita, embora talvez não conscientemente, naquilo que acreditavam os empregadores do século XIX: as pessoas precisam mais de nós do que nós delas.”
E o contexto não está mudando no sentido de transformar esse estado de coisas, porque, conforme articula Bresciani (1997), existem certos aspectos que alteram e aprofundam determinadas características do mundo do trabalho e da sua flexibilidade, quais sejam:
• Aumento do contingente de trabalhadores autônomos e sem registro profissional;
• Crescimento do desemprego, pressionando os empregados à precarização das condições de trabalho;
• Aumento da jornada de trabalho (40% dos trabalhadores de 4 metrópoles brasileiras trabalharam além da jornada legal nos primeiros meses de 1996);
• Medida provisória sobre a