Puls O Psique 100
O corpo sustenta-se pela pulsão, e a pulsão pelo corpo, mas os extremos os perturbam e estes não mais resistem, caem em demandas clínicas que só se explicam através do inconsciente.
Eduardo Lucas Andrade, escritor, palestrante e aluno de psicologia na Faculdade Presidente Antonio Carlos; estudou Psicanálise Clínica no Estúdio Ato de Psicanálise (Bom Despacho). Email: psicanaliseemcena@hotmail.com
Marina Aparecida Ferreira, psicóloga clínica, especialista em Saúde Mental com ênfase em Psicanálise, palestrante e professora na Faculdade Presidente Antônio Carlos. E-mail: marinafpsic@hotmail.com
“O pulso ainda pulsa; E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa; Ainda é pouco; Assim ...”
TITÃS - O PULSO
Pretende-se neste presente artigo abordar a noção do corpo, da pulsão (Trieb) e do aparelho psíquico da teoria psicanalítica freudiana enlaçados à vida humana cotidiana. A clínica psicanalítica nos convida a refletir sobre o que é o humano. E o humano vai além de um corpo instintual, ele é um ser pulsante que carrega em seu corpo aventuras do Desejo inconsciente. Objetiva-se ainda enfatizar o incômodo que a pulsão leva ao corpo, onde este corpo incomodado demanda análise. Assim, como no próprio título do presente escrito, a pulsão “nos aparecerá como conceito-limite entre o psíquico e o somático” (Freud, 1915) e o sujeito entre os princípios de prazer e o de realidade. A pergunta que fica é: como adaptar-se à própria vida se somos a todo momento incomodados?
A noção de corpo acompanha a teoria psicanalítica desde os seus primórdios: antes mesmo de Freud denominá-la de psicanálise, está lá, registrada no ‘Projeto para uma Psicologia Científica’, de 1895. Aliás, podemos dizer que foi o corpo que ligou Freud à psicanálise. O corpo histérico manifestando enigmas obscuros do inconsciente, até então desconhecido pela ciência. Ainda nesta lógica, o corpo foi o que impulsionou Freud a desvendar a obscuridade humana e a se encontrar com o