PsiquismoFetal 2
17980 palavras
72 páginas
1* Texto integrante do livro “De Feto a Herdeiro – A Transmissão Psíquica entre Gerações e o Psiquismo Fetal”SUASSUNA, A. M. V., 2011.
PSIQUISMO FETAL
“Há muito mais continuidade entre a vida intrauterina e a primeira infância do que a impressionante cesura do ato do nascimento nos permite saber.”
(Sigmund Freud)
PSIQUISMO FETAL
Segundo Delassus (2001, p. 27-29), a palavra Feto pode ser empregada no senso de,
“produto da concepção nos animais vivíparos, quando ele começa a apresentar os sinais distintivos da espécie”; é sinônimo parcial de embrião, como também “produto da concepção a partir do terceiro mês de desenvolvimento no útero, na espécie humana”.
Feto vem da raiz indo-europeia, que significa ‘sugar, mamar’. Quer dizer ‘estar ao seio das profundezas’. E sugar, mamar, não se limitam à alimentação e ao desenvolvimento, mas se abrem
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a tudo que a vida intrauterina, este seio global, pode produzir de condições de vida particulares.
Aí está o essencial, ou seja, as condições biológicas de origem, da vida original (Ibid).
Para Piontelli (1995), até bem pouco tempo, sabíamos muito pouco sobre a vida intrauterina.
A vida fetal, em função da sua natureza pouco conhecida, era normalmente considerada como um mundo totalmente à parte – como se a vida realmente apenas começasse no ato do nascimento.
“Antes do advento da ultrassonografia, havia muita dificuldade para observar o desenvolvimento fetal humano” (SOUZA-DIAS, 1996, p. 36).
Outrora, o ventre da mãe era considerado um território secreto, mesmo sagrado.
Os primeiros movimentos do bebê pertenciam à mulher que os ressentiam. Atualmente, a ecografia e a velocimetria Doppler permitem assinalar e caracterizar os movimentos fetais mais cedo e com bem mais precisão do que a mulher grávida o era capaz (DELASSUS, 2001).
Segundo Souza-Dias (1996), os estudos científicos sobre os embriões começaram em animais para, gradativamente, aproximar-se das investigações sobre os fetos humanos. É somente no século XX, a