Psicopatologia Criminal: 'Das experiment'
1. Fatos reais O experimento de fato aconteceu, sendo realizado em 1971, no porão do Instituto de Psicologia de Stanford (Universidade, EUA). Foi um experimento encomendado pela Marinha Americana e consistia em uma prisão simulada, na qual seriam definidos guardas e prisioneiros a partir de voluntários. Pretendia investigar o comportamento humano em cativeiro. Segundo Philip Zimbardo, líder da organização do experimento, a tentativa era de criar uma 'prisão funcional', isto é, atingir ao máximo cada detento psicologicamente, humilhando-os de todas as formas possíveis e lembrando-lhes do seu ambiente de submissão e de opressão. Acabou não conseguindo total êxito, visto que o experimento ficou fora de controle e precisou ser finalizado bem antes do prazo.
2. Fatos na tela No filme, percebemos que a seleção do experimento ofereceu uma quantia de quatro mil marcos para aqueles que se dispusessem a participar. Nota-se claramente que muitos estavam aceitando a proposta somente pelo dinheiro. Ou seja, pretendiam cumprir as regras da prisão simulada, com o objetivo de cumprir o prazo do experimento e ganhar o dinheiro prometido. Com o passar da história, verificamos que o contexto passa a mudar: muitos deles deixam de se importar com o dinheiro, querendo apenas deixar aquele lugar que passa a lhes fazer mal. É interessante como são mantidas características das instituições totais descritas por Goffman: a nudez, a perda do nome, as roupas. Essas características mostradas no filme também foram mantidas no experimento real (com o acréscimo de meias na cabeça para simular o cabelo raspado), transmitindo a realidade estigmatizante da prisão para a ficção de uma prisão simulada. No filme, temos um resultado bem mais trágico, no qual o experimento termina com dois mortos e vários feridos.