Psicologia e eucação ii
O texto tem um enfoque caracteristicamente pedagógico.
A autora diz que na maioria dos casos os problemas de aprendizagem, os “distúrbios” começa a aparecer com o ingresso da criança na escola, ou seja é frente ao ensino formal, sistematizado e sobre tudo com o processo de aquisição da escrita ao processo de alfabetização.
De fato tanto do ponto de vista do senso comum quanto cientifico, há uma aceitabilidade tácita e generalizada quanto a questão dos distúrbios e das dificuldades.
A bateria de testes aplicados nas crianças sem levar em conta sua situação de vida, que a classifica como lentas, deficientes, ajudam as professoras a “lavar a mão”, sustentando as “anormalias” e as “incapacidades” das crianças.
E essa é uma das formas que caracteriza a “cumplicidade institucional”, na qual se preocupa com os “problemas de aprendizagem” mas na realidade os rejeita ao mesmo tempo que os mantém e reproduz.
Este problema não é novo, e fica a pergunta “o que fazer” e essa pergunta nos obriga a adentrar a escola. É preciso, então, arregaçar as mangas e viver o cotidiano das salas de aula. Pois a sala de aula é um ponto de encontro das diferentes histórias, dos diferentes percursos e dos diferentes saberes. Mas começa a ser também um lugar de descompasso, de desencontro, quando as “dificuldades” de aprendizagem e os problemas de comportamento começam a aparecer.
As relações das crianças com o mundo são assim, mediatizadas pelas relações com os outros homens. As crianças não se constroem sozinhas o seu conhecimento do mundo. Neste processo, que se funda na interação se dá a elaboração daquilo que é especificamente humano: desenvolve-se uma forma humana e significativa de perceber o mundo. A atenção se torna voluntária, desenvolve-se a memória lógica e uma maneira racional-histórica de pensamento. Neste processo o conhecimento do mundo passa pelo outro. “cada individuo aprende a ser homem”.
Aprender, então, neste sentido não significa meramente uma mudança