Psicologia Psicanalise
Salvador – BA
2015
Introdução
A Psicanálise tem no Brasil um percurso curioso: iniciou-se muito cedo, de forma simultânea ao desenvolvimento das descobertas de S. Freud, mas, ao longo de um século, sem precedentes, sobretudo, no sentido de ter uma vocação revolucionária no campo científico e profissional e nem sempre estar conseguindo superar tanto as resistências externas (do contexto social, político, econômico) quanto as resistências internas (as dos seus agentes ou ideias conservadores).
Ao contrário de outras ciências e profissões, a Psicanálise tem peculiaridades que fazem com que sua história seja muito mais diversificada, rica e múltipla do que se convenciona fazer historicamente.
Este é um trabalho teoricamente fundamentado a partir de uma leitura que se pretende minuciosa e reflexiva das contribuições de Freud para o campo que chamamos, a partir também do referencial freudiano, de aplicações da psicanálise. O resultado geral de um tratamento, ou este bem, tem muito a ver com a padronização de comportamentos, com desempenhos, com as formas de se relacionar, enfim, com categorias específicas a serem atingidas a partir de uma queixa. A instituição, pública ou privada, atende pessoas com demandas específicas que se reportam a algo que, em algumas dessas instituições, se define como sofrimento. No que se circunscreve como sofrimento, para os que chegam nestes espaços há algo real e é dele que a psicanálise trata e a ele que dá importância. A ele não podemos dar as costas a despeito da queixa e do discurso institucional. Evadir-se desse discurso, ou de parte dele, possibilita a escuta do sujeito, o que não tem a ver apenas com a psicanálise na instituição, mas com a própria psicanálise.
O fundador da psicanálise foi um médico austríaco, Sigmund Freud, nascido em 1856, nas proximidades de Viena, cidade onde estudou Medicina e se formou em 1881. Terminando esse curso, Freud dirigiu-se a Paris,