Psicologia hospitalar
Quando falamos de hospital, logo nos vem em mente à palavra médico.
Essa associação no Brasil teve início na época da colonização, quando
os médicos foram conquistando seu espaço a partir de seu conhecimento
fundamentado em seu saber científico e neutro sobre as diversas enfermidades
e sua capacidade em classificá-las. Isto permitiu que quebrassem o monopólio
existente nas mãos da igreja, se firmando no poder, contando com a proteção
da elite que era a mais beneficiada por este serviço, (BRANDÃO, 1997).
O serviço médico concomitante a esta época, calcava-se nos princípios
da Medicina Moderna, baseada no modelo biomédico, que negava a relação
de dependência entre mente e corpo, pois ambos eram vistos como entidades
separadas, excluindo assim, o psicológico como causa de doenças. Tal
concepção propiciou o emergir da psicologia da saúde, através da medicina
comportamental e de outras abordagens, advindas das mudanças ocorridas na
perspectiva de saúde e doença ao longo do tempo, (OGDEN, 1999).
Citado por Ogden (1999), Matarazzo (1980) coloca que a psicologia da
saúde surgiu no século XX sendo vista como “o conjunto das contribuições
especificas, educacionais, científicas e práticas da disciplina da psicologia,
para manutenção e promoção da saúde, prevenção e tratamento da doença e
disfunções relacionadas.” Sendo assim, permite aos fatores psicológicos serem
abordados como fato que possa contribuir para a etiologia do sujeito.
Dentro desse contexto, a psicologia passou a ser inserida na
compreensão da saúde, sendo os hospitais gerais, constituídos na década
de 50 em mais uma possibilidade de atuação profissional do psicólogo. Tal
profissional teve seu trabalho fortalecido e inserido na rede de assistência
básica de saúde, no decorrer dos anos a partir das mudanças ocorridas no
cenário da saúde pública, por meio de movimentos sociais que possibilitaram
ao governo