psicologia do desenvolvimento
(1) FREUD - A aprendizagem segundo Freud
Ao invés de abordar, como foi feito até hoje, o desenvolvimento da criança em termos de fases psicossexuais (oral, anal etc), pode-se adotar um outro caminho. O que poderia ser, para Freud, o fenômeno da aprendizagem? Em outras palavras, o que, no entender de Freud, habilita uma criança para o mundo do conhecimento? E, finalmente, em que circunstâncias essa busca do conhecimento se torna possível?
Freud gostava de pensar nos determinantes psíquicos que levam alguém a ser um "desejante de saber''. Nessa categoria incluem-se os cientistas, que devotam a vida à pergunta por quê, e as crianças, que, a partir de um determinado momento, bombardeiam os pais com por quês.
Abordar esse tema a partir de uma perspectiva freudiana é, antes de mais nada, buscar resposta para a seguinte pergunta: o que se busca quando se quer aprender algo? Só a partir dela pode-se refletir sobre o que é o processo de aprendizagem, pois o processo depende da razão que motiva a busca de conhecimento.
Por que a criança pergunta tanto?
A criança que pergunta por que chove, por que existem noite e dia, por que... e todo o resto, responde Freud, está na verdade interessada em dois porquês fundamentais: por que nascemos e por que morremos, ou, dito do modo clássico, de onde viemos e para onde vamos.
Há, para Freud, um momento capital e decisivo na vida de todo ser humano: o momento da descoberta daquilo que ele chama de diferença sexual anatômica. Se, até então, os meninos e meninas acreditavam que todos os seres humanos eram ou deviam ser providos de pênis, a partir desse momento "descobrem'' que o mundo se divide em homens e mulheres, em seres com pênis e seres sem pênis.
Meninos poderiam pensar, por exemplo, que se as meninas não são iguais a eles, podem vir a sê-lo, quando crescerem. Mas a descoberta implica entender que, de fato, alguma coisa falta. A essa angústia das perdas Freud chamou de