Psicologia do acompanhamento terapeutico‏

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I. Introdução

O Acompanhamento Terapêutico é um dispositivo clínico, habitualmente utilizado no tratamento de pacientes com graves distúrbios psíquicos. Proporciona muitas vezes, a extensão dos cuidados para além dos limites institucionais, outras vezes, é a única forma de tratamento possível para construir as condições necessárias ao engajamento do paciente em uma rede de atendimento.
As indicações para acompanhamento terapêutico estão relacionadas às dificuldades que tanto podem referir-se à impossibilidade de vinculação a um tratamento, como às limitações das famílias em proporcionar os cuidados necessários em situações de crise e risco. Nestas circunstâncias o objetivo principal é evitar internações desnecessárias.
A indicação pode ocorrer ainda como medida de apoio ao paciente em suas iniciativas de reintegração social e de autonomia, buscando possibilidades de articulação, de circulação, de construção de “lugares sociais” e, evitando o isolamento e a ruptura de vínculos. Isto implica na realização de atividades cotidianas e na ampliação do contexto social desses pacientes que tende a cristalizar-se no esquema instituição-casa-família. Nesse sentido, o acompanhante terapêutico exerce a função de catalisador de novas possibilidades, propiciando a quebra dessa dinâmica que sustenta o adoecimento.

II. História

O trabalho do acompanhante terapêutico (AT) surgiu na Argentina, no final da década de 1960, como uma necessidade clínica para pacientes cujas terapêuticas clássicas fracassavam. Inicialmente o AT foi chamado de “amigo qualificado”, mas tal termo caiu em desuso pelo seu conteúdo amistoso e pouco profissional. O AT não é um amigo, ainda que possa estabelecer vínculos afetivos intensos com o paciente, mas sim, um agente terapêutico que realiza tarefas e é remunerado para isto (Mauer & Resnizky, 1987; Porto & Sereno, 1991).Outros fatores foram decisivos para o trabalho do acompanhante terapêutico, como

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