Psicologia da percepção
Russ Duritz no início do filme era um homem rígido, sem contato afetivo real com ninguém, e com pouquíssima tolerância ao fracasso e a frustração. Ele é um consultor de imagens de pessoas e empresas, que vive de dar conselhos às pessoas sobre como se comportarem, de tal modo que lhe seja possível suportar as pressões intensas da vida. As pessoas têm que se mostrar firmes, e só demonstrarem o que não são e o que não sentem para a sociedade, pois só assim conseguem imunizar nas inúmeras tentações e tramas que o dia-dia insinua. O próprio Russ Duritz age assim, recusando a se comunicar com o pai e a tratar afetivamente a assistente, desconhecendo seus sentimentos amorosos em relação a ela.
Encarna, pois, um exemplo de homem dos tempos modernos, esnobe, egoísta e cada vez mais solitário. Na vida que leva não admite perder, reconhecer, perdoar e retratar-se. Julga-se um vencedor.
Melanie Klein enfoca a organização subjetiva, toma a esquizoparanóide como o que há de peculiar no indivíduo, parte do princípio de que existe um núcleo psicótico em todos os sujeitos, e assim, representa a relação sujeito-objeto a partir dos seus processos de introjeção e projeção. Na sua teorização Klein define que a criança está tão intimamente relacionada ao objeto materno que ela chega a propor posições de acordo com a relação de objeto que impera nelas. Assim, a posição esquizoparanóide caracteriza-se pela cisão do sujeito envolvido pela ansiedade paranóide que cinde o objeto em bom e mau. Esta posição, inicialmente, de desintegração prepara o caminho para a posterior integração do objeto bom e, por conseguinte, para o triunfo das pulsões de vida próprias a posição depressiva.
O relacionamento com os objetos internos se alteram com o tipo de ansiedade: