Psico
No sentido descrito, corroborando a indagação acima explicitada, Augusto Comte, filósofo francês que viveu no século XIX, fundador do Positivismo, propõe que o homem moderno conserve a essência do modo mítico de comportamento, haja vista as mudanças de ordem tecnológicas, políticas, econômicas e sociais supervenientes ao longo dos anos.
Ao opor o poder da razão à visão pueril ofertada pelo mito, o Positivismo, de certa forma, empobrece a realidade humana. O homem tanto o contemporâneo como o antigo, não é somente razão, mas também afetividade e emoção.
Negar o mito é dizer não a uma das formas fundamentais da existência humana. Consoante o entendimento da maioria dos filósofos antigos e até mesmo uma grande corrente moderna, o mito é a primeira forma de se dar significado ao mundo, fundada na vontade de o homem se sentir seguro, de investigar novos caminhos imaginários. O que há de se inferir quando uma criança encarna a idéia do super-herói por meio dos meios de comunicação (filmes, revistas em quadrinhos etc.)? Sem dúvida, é a premissa da percepção do mito revelando-se, ainda que de forma nascitura, consubstanciando uma perspectiva de proteção e motivação imaginária.
Muitos são os adotantes do mito, atualmente, como refúgio em relação à grande instabilidade observada em situações tidas como comum, notadamente o desemprego e a violência, onde estes vêm revelar um formato de vida cada vez mais difícil ao homem.
Assim, percebe-se de forma tácita que mito e razão se completam na vida humana. Entretanto, o mito contemporâneo, além disso, desperta subjetivamente força para motivar paixões, como no caso da política e das causas religiosas, não se caracterizando mais com aquela estrutura primitiva.
Os mitos atuais não mais abrangem a totalidade do real. Escolhe-se um