Psicilogia

1420 palavras 6 páginas
Morte, Separação, Perdas e o Processo de Luto
KOVÁCS, Maria Júlia (Cord.) – Morte e Desenvolvimento Humano – São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.
A morte do outro se configura como a vivência da morte em vida. É a possibilidade de experiência da morte que não é a própria, mas é vivida como se uma parte nossa morresse, uma parte ligada ao outro pelos vínculos estabelecidos.
A perda e a sua elaboração são elementos contínuos no processo de desenvolvimento humano. É neste sentido que a perda pode ser chamada de morte “consciente” ou morte vivida.
Na representação de morte estão envolvidas duas pessoas: uma que é a “perdida” e a outra que lamenta essa falta. Como a morte não pode ser vivida concretamente, a única morte experienciada é a perda, quer concreta, quer simbólica. Ver a perda como fatalidade, ocultar os sentimentos, eliminar a dor, apontar o crescimento possível diante dela, podem ser formas de negar os sentimentos que a morte provoca, para não sofrer.
Sabe-se que a expressão de sentimentos nessas ocasiões é fundamental para o desenvolvimento do processo de luto. No entanto, as manifestações diante das perdas sofreram alterações no decorrer dos tempos. Segundo Ariès (1977), na Idade Média era autorizada a manifestação dos sentimentos diante da morte. Com o desenvolvimento do poder da Igreja, esta passou a exigir uma atitude mais contida e digna, assumindo o controle dão rituais e ditando as formas de comportamento adequadas. No século XIX, a morte romântica traz em seu bojo a idéia de morte como uma ruptura insuportável, porque representa a morte do outro. Já no século XX, ainda segundo Ariès (1977), há uma supressão da manifestação do luto, a sociedade condena a expressão e a vivência da dor, atribuindo-lhes uma qualidade de fraqueza.
O processo de luto por definição é um conjunto de reações diante de uma perda. Bowlby (1985) refere-se às quatro fases do luto:
A primeira seria a fase do choque que tem a duração de algumas horas ou semanas e pode vir

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