TOTEM Y TABU - Sigmund Freud- Em Totem e Tabu Freud compara os ritos de povos primitivos com a neurose, relacionando o significado original do totemismo com o processo pelo qual passa o desejo inconsciente. O totem (divinização de escultura representando plantas, animais ou antepassado) pode ser definido como instituição primitiva que deixou indícios nas religiões ritos e costumes dos povos civilizados contemporâneos e o tabu (o mais antigo dos códigos não escritos da humanidade) compreende prescrições rigorosas cuja violação traz sérias conseqüências e castigos para os membros de um grupo. Ao que tudo indica, o totem define uma consagüinidade na qual se inscreve uma lei para deter o indivíduo ante o incesto. Por isso Freud considera a renúncia como a base para o tabu. Evidências encontradas na linguagem e nos costumes apontam para a realidade histórica do matrimonio em grupo em tempos remotos, o que torna compreensível o rigor na proibição de relações sexuais com indivíduos pertencentes ao mesmo totem. Tanto quanto os povos selvagens, o castigo prescrito pelo tabu relativos a contato com objetos interditados são formas de tornar o objeto impossível. Para Freud é a expressão de desejos inconscientes e dos temores em relação a estes desejos. (desejo de tocar e ao mesmo tempo horror e proibição). Esta atitude ambivalente, Freud a encontra também no sujeito neurótico: como temem porque desejam tudo o que entra em contato com o proibido fica tão proibido quanto. A proibição recai sobre todos os novos fins eleitos pelo desejo, refletindo desta forma o processo pelo qual passa o desejo inconsciente. É este o paradoxo do cerimonial sem fim dos obsessivos: pretendem interditar o desejo inconsciente mas aproximam-se cada vez mais